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quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Aberturas de Novelas - Los Ricos También Lloran (Televisa, 1979)

"Los Ricos también Lloran", a primeira novela mexicana a ser exibida no Brasil
Foto: Reprodução

Em 1979, Valentín Pimstein produziu uma das novelas mais emblemáticas da televisão mexicana. Grande sucesso mundial, "Los Ricos También Lloran" está baseada em duas radionovelas de Inés Rodena, com adaptação de María Zarattini e, posteriormente por Carlos Romero.
Na trama, Mariana Villareal (Verónica Castro) vive com seu pai, Leonardo (Leonardo Daniel), em uma fazenda no estado mexicano de Guanajuato. Desde que ficou viúvo e teve um acidente que o deixou paralisado, ele se refugiou no álcool. Dessa forma, Mariana cresceu como uma selvagem e graças às mentiras de sua ambiciosa madrasta Irma (Flor Procuna), acredita que seu pai está arruinado. Com a morte de Leonardo, Mariana é expulsa de sua casa por Irma. Analfabeta e sem dinheiro, ela viaja para a Cidade do México, onde um padre consegue que a contratem como empregada na mansão da família Salvatierra. Já instalada na casa, Mariana passa a sofrer humilhações por parte de alguns membros da família. Entre aqueles que simpatizam com a jovem está Luis Alberto (Rogelio Guerra) que se apaixona por ela e o patriarca Alberto (Augusto Benedico), que decide adotá-la e educá-la. Certo dia, Mariana descobre que seu pai lhe deixou uma fortuna e decide confrontar sua madrasta para recuperá-la. Transformada em uma mulher rica, ela sente que pertence à mesma classe que Luis Alberto e concorda em se casar com ele. Sua felicidade é impedida pelo ciúme de seu marido, que graças a um mal-entendido, duvida que o filho que ela espera seja dele. Transtornada, Mariana perde a cabeça e inconscientemente, entrega seu filho para Chole (Aurora Clavel), uma vendedora de bilhetes de loteria. Chole aceita e cuida do menino como se fosse dela. Ela só sabe que o menino se chama Beto. Mariana percebe o que fez e fica desesperada, pois não se lembra com quem deixou a criança. Anos mais tarde, Luis Alberto se arrepende e adota uma menina para aliviar a dor de sua esposa, enquanto seu filho está em outro canto da cidade, cometendo pequenos roubos para sobreviver. O destino coloca Beto (Guillermo Capetillo) e Mariana frente a frente, quando o rapaz entra para roubar a mansão Salvatierra.
No México, "Los Ricos También Lloran" foi um grande fenômeno de audiência, sendo promovida ao horário das 21 horas, depois de estrear na faixa das 18 horas. De olho nos resultados, o produtor Valentín Pimstein decide esticar a novela. María Zarattini, que vinha desenvolvendo a trama com o argumento da radionovela homônima de Inés Rodena, não concordou com a decisão do produtor. Conhecida por escrever novelas mais curtas, a autora preferiu demitir-se a ter que continuar um trabalho do qual não gostaria de ver na tela. Dessa forma, Valentín convidou o venezuelano Carlos Romero para continuar a novela. Nesta "nova etapa", Romero propõe uma ideia arriscada para manter o ritmo da história: agregar o argumento da radionovela "Cuándo se regala un hijo", outra de autoria de Inés Rodena, para dar um giro na história. É nesta parte que Mariana enlouquece e entrega seu filho a uma desconhecida, fator que começa a gerar outras situações dentro da trama. O que poderia dar errado, fez com que a novela continuasse na preferência dos telespectadores e chegasse com fôlego suficiente ao esperado final feliz. 
"Los Ricos También Lloran" foi um divisor de águas na produção de novelas mexicanas. A novela chegou aos quatro cantos do planeta, abriu portas para a exportação de outros títulos da Televisa e projetou a carreira de Verónica Castro, que posteriormente protagonizou outras tramas de sucesso, tornando-se uma das atrizes mais populares da época.
Em 1982, sob o título de "Os Ricos Também Choram", a novela chegou ao Brasil pelo SBT, sendo esta a primeira novela mexicana exibida no país e a responsável pela continuidade da exibição de tramas da Televisa na emissora de Silvio Santos. Na ocasião, Verónica Castro veio ao país e teve a oportunidade de comprovar o sucesso da novela.
Em 1995, a Televisa volta a realizar outra adaptação desta história com "María la del Barrio", outro fenômeno que também deixou sua marca no SBT por conta da ótima audiência e das várias reprises já realizadas.
Nos anos seguintes, "Os Ricos Também Choram" ganhou duas novas adaptações: uma no Brasil, em 2005, com o mesmo nome e outra nos Estados Unidos, em 2006, com o título de "Marina". Nestes casos, ambas não conseguiram repetir o impacto de suas antecessoras.
Na coluna desta semana, vamos relembrar a abertura original de "Los Ricos También Lloran", a produção que aproximou Brasil e México, dois países que, apesar da distância e de suas particularidades, possuem uma mesma paixão: a novela.

Créditos: Televisa

Um comentário:

  1. Olá, tudo bem? Lembro da versão nacional do SBT. Começou bem, mas depois desmoronou. Abs, Fabio http://www.blogfabiotv.blogspot.com.br

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