Capa do DVD da novela "Cuna de Lobos"
Divulgação: Televisa
Em 1986, Carlos Téllez produziu e dirigiu uma das novelas mais marcantes da TV mundial. Escrita por Carlos Olmos, "Cuna de Lobos" ("Berço de Lobos") é uma novela que foge dos melodramas tradicionais. Um dos personagens principais é uma vilã das grandes, sendo lembrada até hoje como ícone de maldade. María Rubio, Gonzalo Vega, Diana Bracho, Rebecca Jones e Alejandro Camacho encabeçaram o elenco desta produção.
Na história, Catalina Creel (María Rubio) é esposa de Carlos Larios (Raúl Meraz), o proprietário do grande Grupo Farmaceutico Lar Creel. Ela mata o marido envenenado ao descobrir que seu segredo está prestes a ser descoberto. Seus filhos, José Carlos (Gonzalo Vega) – de um casamento anterior – e Alejandro (Alejandro Camacho) disputarão a herança do pai. No entanto, uma cláusula compromete os planos de Catalina, que deseja ver seu filho legítimo como único herdeiro: a fortuna dos Larios será somente daquele que tiver um filho primeiro, e a esposa de Alejandro, Vilma (Rebecca Jones) não consegue ter filhos. Para resolver esse problema, Alejandro seduz e envolve a ingênua Leonora (Diana Bracho) em um casamento falso. Grávida, nem desconfia que ao dar à luz, Alejandro e Vilma, mancomunados com Catalina, pretendem roubar a criança e criar como filho legítimo do casal. Até lá, misteriosas mortes acontecem ao redor da família, todas provocadas por Catalina em sua sede pelo poder.
Na ocasião, "Cuna de Lobos" foi inovadora em todos os sentidos: na concepção da novela, nos diálogos mais rápidos, nas cenas mais curtas e na criação dos perfis de cada personagem.
Em entrevista concedida ao Jornal El Excelsior, em 4 de Outubro de 2011, a atriz Diana Bracho lembrou que nem mesmo os executivos da Televisa acreditavam no sucesso da novela: "É um dos projetos mais interessantes e importantes que fiz, apesar de ser considerado o patinho feio. Os executivos não viam um projeto redondo, tanto que, a princípio, a novela foi programada para o horário das seis da tarde". O sucesso foi crescendo a cada capítulo e a novela foi realocada na faixa das 21 horas. O último capítulo registrou incríveis 73 pontos de audiência, um marco na TV Mexicana.
Embora o sucesso tenha sido surpreendente, nem tudo foi perfeito. A atriz María Rubio revelou que teve dificuldades para conseguir um novo papel depois de Catalina Creel: "Catalina Creel me marcou em todos os sentidos, até mesmo no meu dia a dia. Fiquei muito tempo sem ter quem quisesse trabalhar comigo. Eles me achavam maldita, eles tinham medo de mim".
"Cuna de Lobos" nunca ganhou um remake no México. Em 2002, a história de Carlos Olmos ganhou uma versão livre na Espanha com o título de "La Verdad de Laura". Nesta versão, a vilã não usava um tapa olho, mas fingia estar paralítica e se apresentava diante dos demais em uma cadeira de rodas. Embora tenha funcionado por lá, não teve o mesmo impacto da versão original.
Em "La Verdad de Laura" a vilã Teresa Luarca (Mirtha Ibarra) também assassina seu marido,
Francisco Luarca (Xabier Elrriaga)
Em 2010, houve uma tentativa do produtor Salvador Mejía em realizar uma nova versão desta história, em formato de série, com o nome de "Por Derecho de Sangre", mas o projeto foi engavetado.
Rebecca Jones, Willian Levy, Danna García, Rafael Amaya e Dominika Paleta - Remake engavetado.
Divulgação: Televisa / esmas.com
No Brasil, a trama foi exibida pelo SBT em 1991 e rebatizada com o nome de "Ambição". A abertura original não foi exibida por aqui, que retratava os hábitos e a forma de viver dos lobos. O tema principal instrumental, intitulado Cuna de Lobos, foi composto por Pedro Plascencia Salinas. Vamos relembrar?